Cresceu muito, nos últimos anos, o número de
pessoas na terceira idade que estão morando sozinhas. Algumas preferem morar só
por opção, por não abrir mão de sua casa, de sua privacidade e de seus hábitos.
Outras, na maioria das vezes, não correspondem a uma decisão e sim a uma
consequência da vida como, a perda do companheiro; por não ter tido filhos ou
ausência deles em busca de novas oportunidades; parentes distantes, etc. Porém,
isto não é problema quando se é ativa e independente, as dificuldades acentuam-se
quando os problemas de saúde começam a interferir no seu dia a dia,
colocando-as em risco.
Por mais
independente que a pessoa seja durante toda a vida e até mesmo na velhice,
chega um momento em que é arriscado continuar morando sozinha. Muitas vezes,
ela mesma não se dá conta de que está na hora de ter alguém por perto para
auxiliá-la nos afazeres domésticos, num momento de urgência e também para
amenizar a solidão e a tristeza.
É importante
que os familiares ou pessoas próximas fiquem atentos quanto aos ”sinais” no
ambiente residencial e na vida diária do idoso. As dificuldades e o
esquecimento podem ser percebidos em ações simples do cotidiano. Para tanto, é
prudente observar:
- Se tem
acúmulo de cartas na caixinha de correio, se as correspondências estão
espalhadas e ou fechadas, se as contas foram quitadas no tempo determinado.
- Como
está a higienização da casa, de suas roupas, a higiene pessoal.
- Se as
plantas e animais domésticos estão abandonados.
- Se os alimentos da geladeira ainda podem
ser consumidos, se há alimentos estragados ou fora do prazo de validade, se
eles estão guardados de forma correta.
- Se têm
panelas e panos de prato queimados, copos trincados.
- Se as
consultas médicas estão em dia, se é capaz de reter informações e tomar
decisões sobre suas necessidades de tratamento.
- Se os
medicamentos de uso contínuo estão sendo consumidos de forma correta e no tempo
previsto.
- As
mudanças físicas como perda ou ganho de peso; aumento da fragilidade;
diminuição nas atividades sociais, incluindo passeios com amigos; visitas a
vizinhos ou participação a eventos religiosos e outras atividades de grupo.
- Se o
colchão está manchado e com cheiro de urina. Isso pode ser indício de
incontinência ou infecção urinária, muito comum na terceira idade e que
compromete seriamente sua saúde. Muitos idosos costumam acreditar que o
problema de urina está relacionado com a idade, isso não é verdade. O tratamento
é necessário e urgente.
- Se tem
manchas no corpo do idoso, o que podem significar quedas e escorregões. Ele
pode estar caindo ou batendo nas quinas e maçanetas por falta de equilíbrio.
- Seu
estado emocional, se o idoso está mais ansioso, agitado, com falta de
paciência, agressivo ou se sente cada vez mais solitário, triste e deprimido.
- Se caso
ainda dirige, acompanhe-o em uma viagem para conferir se ele se esqueceu de
apertar o cinto de segurança ou de dar a seta antes de fazer uma curva; se
apresenta sinais de preocupação, tensão ou distração durante a viagem; ou se
existe marca de acidentes que possam indicar falta de atenção.
Como forma de
segurança, observe seus calçados, se estão gastos ou soltos no pé; se há tapetes
espalhados pela casa, principalmente sem antiderrapante; se o banheiro tem
barra de proteção e cadeira; se as escadas tem corrimão; se tem móveis de quina
ou no caminho dificultando sua passagem. Um fator muito importante a ser
observado é se tem à sua disposição, uma luz ligada durante a noite, que o
auxilie do quarto ao banheiro e um telefone próximo para qualquer emergência.
Entretanto,
diante de todas essas observações os familiares chegarem à conclusão de que o
idoso não pode mais morar sozinho, é preciso um diálogo franco e cuidadoso,
conversar e explicar a situação de forma que ele não se sinta invadido ou ache
que a família o vê como inútil.
A família
precisa oferecer ajuda e mostrar que está contribuindo para o seu bem estar. O
ideal é que algum familiar ou um cuidador com formação seja a sua
companhia. Ás vezes é viável que os
familiares se revezem para deixar o idoso sempre acompanhado, preservando assim
sua moradia, e fazendo com que, de certa forma, o idoso continue residindo sozinho,
contando apenas com a presença de acompanhantes em escala. Isto resultará na
diminuição dos riscos de acidentes e, consequentemente, numa menor preocupação
por parte da família.
Portanto, é
muito importante preservar a autonomia do idoso. Caso ele resista às mudanças,
é importante que ele receba orientação de um profissional especializado com
finalidade de mostrar de forma segura, a necessidade de ter alguém por perto
para auxiliá-lo em caso de urgência e que a preocupação de sua família é para o
seu próprio bem, por ele ser uma pessoa amada e que merece carinho e atenção.
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