Dia 11 de abril comemora-se o dia Mundial
da Doença de Parkinson. Essa doença tem sido muito discutida, principalmente a
partir da nova novela da TV Globo “em família” de Manoel Carlos, onde o ator
Paulo José interpreta o Senhor Benjamim que sofre deste mal, e que, na vida
real, também enfrenta os mesmos problemas de saúde. O objetivo do autor é
alertar as pessoas sobre o Parkinson e mostrar que é possível levar uma vida
produtiva, mesmo com o diagnostico da doença.
A Doença de Parkinson é um distúrbio
neurológico, degenerativo e progressivo que acomete principalmente o sistema
motor. Atinge atualmente cerca de 1 a 2% da população com mais de 65 anos e
3,3% entre pessoas com mais de 75 anos.
Mas, a doença acomete muitos adultos com idade inferior, e, em raros
casos genéticos, ela pode se desenvolver antes mesmo dos 40 anos. Apesar de ser
uma doença neurológica, é cada vez mais frequente em virtude do envelhecimento
da população, e sua causa ainda não é totalmente conhecida.
Os sintomas do Parkinson variam de pessoa
para pessoa e têm início quase que imperceptível, progredindo lentamente. O
sintoma mais conhecido é o “Tremor” nas mãos, quando estas estão em repouso,
podendo ocorrer também nos pés, queixo e mandíbula. Em geral, quando o paciente
inicia um movimento, o tremor desaparece. É importante observar que nem todo
tremor é sinal de Parkinson e nem todo Parkinson se manifesta em forma de
tremor. A progressão da doença é muito variável e se apresenta de formas
diferentes.
Um dos primeiros sinais de alerta é a
“Lentidão dos Movimentos”. Este sintoma manifesta-se nas ações mais simples,
como andar, se levantar de uma cadeira, mudar de posição na cama, abotoar uma
camisa, por exemplo; como também, segurar objetos, fazer barba, ler jornais, enfim;
atividades que antes fazia com facilidade, tornam-se difíceis de realizar. A
lentidão não é somente motora, ela pode ser também mental e interferir no ato
de pensar e dar resposta verbal.
A “Rigidez Muscular” manifesta-se a partir
da inflexibilidade dos membros ou juntas, iniciando-se nas pernas e no pescoço.
Os músculos se tornam tensos e contraídos desencadeando dor em algumas pessoas.
A rigidez dos músculos da fase pode proporcionar a inexpressividade do rosto,
deixando-o sem vida, a fala mais lenta e o tom de voz diminuída. A escrita
também fica comprometida com característica trêmula e pequena.
No “Distúrbio do Equilíbrio” a postura
fica comprometida com a flexão da cabeça e tronco para frente ou, em alguns
casos, para trás. Diminui os movimentos dos braços durante o caminhar como se
eles estivessem grudados no corpo. À medida que a doença progride, os braços e
as pernas vão tendendo a ficar dobrados, passando então a apresentar
dificuldade de equilíbrio.
Nas manifestações não motoras é comum
apresentar comprometimento da memória, podendo haver demência em fases mais
tardias, constipação intestinal, diminuição do olfato, sudorese excessiva na
face, aumento da saliva, alterações do sono, irritabilidade, estresse,
ansiedade e principalmente depressão.
A depressão é um dos grandes contribuintes
da limitação social das pessoas com Parkinson. Isso pode ocorrer em função das
dificuldades de andar, escrever, falar e realizar pequenas atividades. Quase
que metade dessa população é acometida pelos sintomas depressivos podendo
surgir antes ou em decorrência da doença.
Praticar atividades alternativas como
artesanato, pintura, ajuda a amenizar os sintomas e aliviar o estresse
emocional. A atividade física regular, mesmo que seja uma caminhada, é
fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento. A vontade do paciente e
sua determinação para superar as limitações parecem interferir diretamente nos
resultados.
Infelizmente, ainda não existe cura para a
Doença de Parkinson. O tratamento utilizado atualmente é o medicamentoso e/ou
cirúrgico, em casos mais graves, e, como coadjuvante, outras terapias que visam
melhorar a qualidade de vida do paciente como: a fisioterapia, o tratamento
fonoaudiológico, a orientação nutricional, a terapia ocupacional e o tratamento
psicológico.
O acompanhamento psicológico pode
influenciar bastante no tratamento, uma vez que, os fatores emocionais são uma
parte importante da doença de Parkinson, tanto para o portador como para seus
familiares. A terapia pode ajudar a diminuir os efeitos traumáticos da doença
que acabam gerando confusão e ansiedade.
Portanto, o apoio e a participação da
família são fundamentais em todos os momentos da doença. Os familiares ou o
cuidador precisam ser orientados em relação aos cuidados diários com essas
pessoas, não só para dar suporte, mas também para maximizar a prática dos
exercícios para além do consultório. É importante ficarem atentos aos sintomas
da depressão, pois, uma vez não controlados, podem acelerar a evolução da
doença.
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