terça-feira, 4 de novembro de 2014

Doença de Parkinson

Dia 11 de abril comemora-se o dia Mundial da Doença de Parkinson. Essa doença tem sido muito discutida, principalmente a partir da nova novela da TV Globo “em família” de Manoel Carlos, onde o ator Paulo José interpreta o Senhor Benjamim que sofre deste mal, e que, na vida real, também enfrenta os mesmos problemas de saúde. O objetivo do autor é alertar as pessoas sobre o Parkinson e mostrar que é possível levar uma vida produtiva, mesmo com o diagnostico da doença.

A Doença de Parkinson é um distúrbio neurológico, degenerativo e progressivo que acomete principalmente o sistema motor. Atinge atualmente cerca de 1 a 2% da população com mais de 65 anos e 3,3% entre pessoas com mais de 75 anos.  Mas, a doença acomete muitos adultos com idade inferior, e, em raros casos genéticos, ela pode se desenvolver antes mesmo dos 40 anos. Apesar de ser uma doença neurológica, é cada vez mais frequente em virtude do envelhecimento da população, e sua causa ainda não é totalmente conhecida.

Os sintomas do Parkinson variam de pessoa para pessoa e têm início quase que imperceptível, progredindo lentamente. O sintoma mais conhecido é o “Tremor” nas mãos, quando estas estão em repouso, podendo ocorrer também nos pés, queixo e mandíbula. Em geral, quando o paciente inicia um movimento, o tremor desaparece. É importante observar que nem todo tremor é sinal de Parkinson e nem todo Parkinson se manifesta em forma de tremor. A progressão da doença é muito variável e se apresenta de formas diferentes.

Um dos primeiros sinais de alerta é a “Lentidão dos Movimentos”. Este sintoma manifesta-se nas ações mais simples, como andar, se levantar de uma cadeira, mudar de posição na cama, abotoar uma camisa, por exemplo; como também, segurar objetos, fazer barba, ler jornais, enfim; atividades que antes fazia com facilidade, tornam-se difíceis de realizar. A lentidão não é somente motora, ela pode ser também mental e interferir no ato de pensar e dar resposta verbal.

A “Rigidez Muscular” manifesta-se a partir da inflexibilidade dos membros ou juntas, iniciando-se nas pernas e no pescoço. Os músculos se tornam tensos e contraídos desencadeando dor em algumas pessoas. A rigidez dos músculos da fase pode proporcionar a inexpressividade do rosto, deixando-o sem vida, a fala mais lenta e o tom de voz diminuída. A escrita também fica comprometida com característica trêmula e pequena.

No “Distúrbio do Equilíbrio” a postura fica comprometida com a flexão da cabeça e tronco para frente ou, em alguns casos, para trás. Diminui os movimentos dos braços durante o caminhar como se eles estivessem grudados no corpo. À medida que a doença progride, os braços e as pernas vão tendendo a ficar dobrados, passando então a apresentar dificuldade de equilíbrio.

Nas manifestações não motoras é comum apresentar comprometimento da memória, podendo haver demência em fases mais tardias, constipação intestinal, diminuição do olfato, sudorese excessiva na face, aumento da saliva, alterações do sono, irritabilidade, estresse, ansiedade e principalmente depressão.

A depressão é um dos grandes contribuintes da limitação social das pessoas com Parkinson. Isso pode ocorrer em função das dificuldades de andar, escrever, falar e realizar pequenas atividades. Quase que metade dessa população é acometida pelos sintomas depressivos podendo surgir antes ou em decorrência da doença.

Praticar atividades alternativas como artesanato, pintura, ajuda a amenizar os sintomas e aliviar o estresse emocional. A atividade física regular, mesmo que seja uma caminhada, é fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento. A vontade do paciente e sua determinação para superar as limitações parecem interferir diretamente nos resultados.

Infelizmente, ainda não existe cura para a Doença de Parkinson. O tratamento utilizado atualmente é o medicamentoso e/ou cirúrgico, em casos mais graves, e, como coadjuvante, outras terapias que visam melhorar a qualidade de vida do paciente como: a fisioterapia, o tratamento fonoaudiológico, a orientação nutricional, a terapia ocupacional e o tratamento psicológico.

O acompanhamento psicológico pode influenciar bastante no tratamento, uma vez que, os fatores emocionais são uma parte importante da doença de Parkinson, tanto para o portador como para seus familiares. A terapia pode ajudar a diminuir os efeitos traumáticos da doença que acabam gerando confusão e ansiedade.


Portanto, o apoio e a participação da família são fundamentais em todos os momentos da doença. Os familiares ou o cuidador precisam ser orientados em relação aos cuidados diários com essas pessoas, não só para dar suporte, mas também para maximizar a prática dos exercícios para além do consultório. É importante ficarem atentos aos sintomas da depressão, pois, uma vez não controlados, podem acelerar a evolução da doença.

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