A vacina não é uma ação exclusiva da pediatria. Jovens,
adultos e especialmente pessoas mais velhas precisam estar em dia com o
programa de vacinação. Na terceira idade o organismo pode apresentar
dificuldades em se defender. Além disso, há doenças que ocorrem com mais
frequência nessa faixa etária, tornando esses indivíduos mais propensos a
infecções, que tendem a evoluir de formas mais graves e causar complicações,
uma vez que, o sistema imunológico já está naturalmente mais fraco.
Atualmente, para pessoas acima de 60 anos,
recomenda-se vacinação contra o tétano, de dez em dez anos; contra a pneumonia,
a cada cinco anos, e contra gripe, anualmente. As principais viroses que
atingem o aparelho respiratório na terceira idade são o resfriado comum, a
gripe e a pneumonia.
A vacina
contra tétano, certamente, as pessoas nessa faixa etária não foram vacinadas.
Entretanto, elas devem seguir o esquema básico de vacinação ou, se já foram
vacinadas, fazer o reforço a cada dez anos. É bom pensar que esse pode ser um
momento de risco para os idosos. Eles se aposentam e começam a dedicar-se a
algumas tarefas que lhes dão prazer, a jardinagem, por exemplo. Cuidando de uma
roseira, correm o risco de contrair a doença se ferir as mãos sujas de terra
nos espinhos ou nas ferramentas de jardim.
A pneumonia em
pessoas acima dos 75, 80 anos, é uma das primeiras causas de mortalidade. A
vacina pode até falhar como prevenção da pneumonia, mas tem importante ação
redutora do risco de disseminação dessa bactéria no corpo do doente. Mesmo
quando falha reduz muito o risco de que o pneumococo (a bactéria) saia do
pulmão; caia no sangue e circule pelo corpo inteiro da pessoa, aumentando
consideravelmente a probabilidade de morte. Essa vacina é uma dose única que
deve ser reforçada de cinco em cinco anos.
A gripe é
causada pelo vírus da influenza e
nada tem a ver com o resfriado comum. A confusão na hora de definir as duas
doenças ocorre até entre os médicos, e não há brasileiro que não diga que está
gripado quando dá alguns espirros, tem coriza, garganta arranhando e febre
baixa. Na verdade isso não é gripe, é resfriado. A gripe é doença séria e de
maior porte e intensidade, com risco de complicações e, eventualmente, de
morte. Trata-se de uma infecção provocada por vírus que se caracteriza por
inflamação nasal com coriza, tosse, dor de garganta, febre, fraqueza, calafrio,
dores musculares e mal estar geral. Sua recuperação é lenta podendo evoluir
para pneumonia.
A vacina da
gripe tem muitas particularidades interessantes e está cercada de mitos
favoráveis e desfavoráveis também, entretanto, é tida como vacina que falha.
Dois dias depois de ter tomado a vacina, a pessoa diz que apanhou a maior gripe
da vida e que nunca mais vai tomar outra dose. Esse é o primeiro mito a ser
desfeito. A vacina da gripe não dá gripe em hipótese alguma porque não tem o
vírus vivo. É muito comum a pessoa tomar a vacina em plena estação sazonal da
doença. Ao vacinar, ela pode pegar outro tipo de vírus capaz de provocar um
resfriado ou uma gripe mais fraca. Existe, ainda, a possibilidade de se vacinar
no momento em que já se contaminou com o vírus, aí a dose não terá efeito.
Essa vacina
pode falhar, e na pessoa idosa falha mais do que no jovem adulto, porém, reduz
em um terço a necessidade de hospitalização e em 50% o risco de morte. Ou seja,
a doença vem mais atenuada, menos intensa. A proteção da vacina da gripe é
melhor nos primeiros seis meses. Depois, sua eficácia decresce progressivamente
e ao cabo de um ano praticamente perdeu seu efeito. Essa é uma das razões que
justificam sua renovação anual.
Apesar da
proteção da vacina, todo cuidado é pouco. A adoção de hábitos saudáveis e de
higiene pessoal é a melhor forma de prevenção contra todas as transmissões
virais em geral. Lavar as mãos com água e sabão, cobrir o nariz e a boca ao
espirrar, não compartilhar utensílios de uso pessoal e manter portas e janelas
abertas para circulação do ar, você estará dificultando a proliferação do
vírus.
A vacina não é recomendada
para quem tem alergia à proteína do ovo, isto é, entre aqueles que já
apresentaram forte reação alérgica pelo menos duas horas depois de comer ovo.
Esse tipo de alergia é bastante raro. A vacina também é contraindicada a quem
já teve reações adversas a doses anteriores a um dos seus componentes. Nesta
situação recomenda-se passar por avaliação médica para saber se pode ou não
tomar a vacina.
As
complicações são pouco frequentes. Estatisticamente, a taxa de reação está por
volta de 1% a 2%. O mais comum são reações tranquilas, um pouco de dor
muscular, pequena prostração, raramente febre. Em um ou dois dias esses
sintomas desaparecem.
Portanto, a vacina além de prevenir e
enfraquecer as doenças diminui o número de internações hospitalares, diminui os
custos com medicações, melhora a qualidade de vida e proporciona um envelhecer
com menos transtornos.
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