sábado, 25 de maio de 2013

A importância da vacinação na terceira idade


     A vacina não é uma ação exclusiva da pediatria. Jovens, adultos e especialmente pessoas mais velhas precisam estar em dia com o programa de vacinação. Na terceira idade o organismo pode apresentar dificuldades em se defender. Além disso, há doenças que ocorrem com mais frequência nessa faixa etária, tornando esses indivíduos mais propensos a infecções, que tendem a evoluir de formas mais graves e causar complicações, uma vez que, o sistema imunológico já está naturalmente mais fraco.    

     Atualmente, para pessoas acima de 60 anos, recomenda-se vacinação contra o tétano, de dez em dez anos; contra a pneumonia, a cada cinco anos, e contra gripe, anualmente. As principais viroses que atingem o aparelho respiratório na terceira idade são o resfriado comum, a gripe e a pneumonia.

     A vacina contra tétano, certamente, as pessoas nessa faixa etária não foram vacinadas. Entretanto, elas devem seguir o esquema básico de vacinação ou, se já foram vacinadas, fazer o reforço a cada dez anos. É bom pensar que esse pode ser um momento de risco para os idosos. Eles se aposentam e começam a dedicar-se a algumas tarefas que lhes dão prazer, a jardinagem, por exemplo. Cuidando de uma roseira, correm o risco de contrair a doença se ferir as mãos sujas de terra nos espinhos ou nas ferramentas de jardim.

    A pneumonia em pessoas acima dos 75, 80 anos, é uma das primeiras causas de mortalidade. A vacina pode até falhar como prevenção da pneumonia, mas tem importante ação redutora do risco de disseminação dessa bactéria no corpo do doente. Mesmo quando falha reduz muito o risco de que o pneumococo (a bactéria) saia do pulmão; caia no sangue e circule pelo corpo inteiro da pessoa, aumentando consideravelmente a probabilidade de morte. Essa vacina é uma dose única que deve ser reforçada de cinco em cinco anos.

     A gripe é causada pelo vírus da influenza e nada tem a ver com o resfriado comum. A confusão na hora de definir as duas doenças ocorre até entre os médicos, e não há brasileiro que não diga que está gripado quando dá alguns espirros, tem coriza, garganta arranhando e febre baixa. Na verdade isso não é gripe, é resfriado. A gripe é doença séria e de maior porte e intensidade, com risco de complicações e, eventualmente, de morte. Trata-se de uma infecção provocada por vírus que se caracteriza por inflamação nasal com coriza, tosse, dor de garganta, febre, fraqueza, calafrio, dores musculares e mal estar geral. Sua recuperação é lenta podendo evoluir para pneumonia.

     A vacina da gripe tem muitas particularidades interessantes e está cercada de mitos favoráveis e desfavoráveis também, entretanto, é tida como vacina que falha. Dois dias depois de ter tomado a vacina, a pessoa diz que apanhou a maior gripe da vida e que nunca mais vai tomar outra dose. Esse é o primeiro mito a ser desfeito. A vacina da gripe não dá gripe em hipótese alguma porque não tem o vírus vivo. É muito comum a pessoa tomar a vacina em plena estação sazonal da doença. Ao vacinar, ela pode pegar outro tipo de vírus capaz de provocar um resfriado ou uma gripe mais fraca. Existe, ainda, a possibilidade de se vacinar no momento em que já se contaminou com o vírus, aí a dose não terá efeito.

     Essa vacina pode falhar, e na pessoa idosa falha mais do que no jovem adulto, porém, reduz em um terço a necessidade de hospitalização e em 50% o risco de morte. Ou seja, a doença vem mais atenuada, menos intensa. A proteção da vacina da gripe é melhor nos primeiros seis meses. Depois, sua eficácia decresce progressivamente e ao cabo de um ano praticamente perdeu seu efeito. Essa é uma das razões que justificam sua renovação anual.

     Apesar da proteção da vacina, todo cuidado é pouco. A adoção de hábitos saudáveis e de higiene pessoal é a melhor forma de prevenção contra todas as transmissões virais em geral. Lavar as mãos com água e sabão, cobrir o nariz e a boca ao espirrar, não compartilhar utensílios de uso pessoal e manter portas e janelas abertas para circulação do ar, você estará dificultando a proliferação do vírus.

     A vacina não é recomendada para quem tem alergia à proteína do ovo, isto é, entre aqueles que já apresentaram forte reação alérgica pelo menos duas horas depois de comer ovo. Esse tipo de alergia é bastante raro. A vacina também é contraindicada a quem já teve reações adversas a doses anteriores a um dos seus componentes. Nesta situação recomenda-se passar por avaliação médica para saber se pode ou não tomar a vacina.

     As complicações são pouco frequentes. Estatisticamente, a taxa de reação está por volta de 1% a 2%. O mais comum são reações tranquilas, um pouco de dor muscular, pequena prostração, raramente febre. Em um ou dois dias esses sintomas desaparecem.

     Portanto, a vacina além de prevenir e enfraquecer as doenças diminui o número de internações hospitalares, diminui os custos com medicações, melhora a qualidade de vida e proporciona um envelhecer com menos transtornos.

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