A Doença de
Alzheimer é a causa mais comum da grave e progressiva perda de memória recente
e habilidade de pensar em pessoas sadias de meia idade e idosos. Apesar de mais
comum entre os de mais de 65 anos, pode ocorrer no início da terceira idade.
A doença afeta
mais mulheres do que homens e ocorre em todos os países em que as pessoas vivem
mais por superar outras doenças. Trata-se de uma doença cerebral e não de
envelhecimento normal. Não se sabe ao certo por que é ocasionada e, por isso,
não há métodos de prevenção ou cura.
O diagnóstico
é feito geralmente com base no tipo de memória, personalidade e capacidade de
julgamento do paciente, e a maneira pela qual essa capacidade piora com o
tempo. A doença inicia-se lentamente, sendo difícil determinar o período exato
em que principiou. O diagnóstico positivo só é possível a partir de estudo
realizado com tecido cerebral após a morte (em autópsia).
A evolução da
Doença de Alzheimer pode ser muito longa, ocorrendo em três estágios: Leve –
Moderada – Grave. De grau leve para o estágio mais grave pode levar até 12
anos.
Na fase
inicial, é comum o paciente perceber pequenos esquecimentos; diminuição da
memória e a perda das habilidades. Pode apresentar dificuldades na fala e na
construção de frases completas. As memorias mais antigas geralmente não são
afetadas, enquanto existe dificuldade de se lembrar de coisas que aconteceram
há pouco tempo atrás. Como as pessoas percebem seus problemas nesta fase
inicial, ele pode ficar irritado, triste e depressivo. A atenção, cuidado e
carinho dos familiares neste estágio são muito importantes para evitar o aprofundamento
de sintomas como tristeza e isolamento.
Na fase
intermediária, os problemas se agravam. O esquecimento avança e pode também
abranger memórias mais antigas. A capacidade de compreender uma situação mais
complexa ou resolver tarefas do cotidiano fica cada vez mais comprometida.
Nesta fase, podem aparecer dificuldades na percepção, na leitura ou na
compreensão de falas, como também, surgir alucinações. Pode desenvolver medo
exagerado de amaça, roubo e mau trato. Muitas vezes, ele não sabe ou entende
mais onde está, que dia é, que horas são. Normalmente não reconhece mais ou
confunde as pessoas ao seu redor. Pode alterar fases de muita agitação e
inquietude com fases de letargia e apatia.
Já na fase
tardia, o paciente deixa de perceber essas perdas, pois possivelmente perdeu
sua capacidade de lembra-las. Deixa para trás sua história, perde sua própria
identidade. A capacidade de fala se
reduz ao uso de palavras isoladas ou partes de frases. Muitas vezes não fala
mais. Geralmente não compreende o que outras pessoas dizem para ele. Nesta
fase, se torna totalmente dependente e precisa de cuidados constantes.
Embora a
Doença de Alzheimer não seja curável ou reversível, existem formas de aliviar
os sintomas e o sofrimento do paciente. É importante que o familiar e/ou
cuidador: estabeleça rotinas no dia a dia,
mantendo a normalidade; incentive a
independência, faça com ele e não por ele; evite confrontos, qualquer tipo de conflito pode causar estresse
desnecessário em vocês; mantenha uma
conversa simples e um humor saudável e respeitoso, ele ajuda a diminuir o
estresse; mantenha a comunicação de forma
clara e pausadamente, olhando nos
seus olhos com atenção, respeitando suas dificuldades e limitações; demostre amor através do contato físico;
preste atenção na linguagem corporal
– pessoas que perdem a comunicação verbal comunicam-se muito com os gestos; respeite seus limites, suas vontades e
opiniões; respeite sua dignidade e
sua intimidade, tanto na hora do
banho como ao trocar sua roupa, tenha o cuidado de fechar a porta e a janela
para que ele fique mais à vontade; acompanhe
e supervisione o momento da refeição e não
discuta sobre a veracidade do que ele está vendo ou ouvindo, tente
identificar a causa da “alucinação”. Verifique com o médico sobre eventuais
medicamentos que estão sendo usados e que podem estar contribuindo para o
problema.
A psicoterapia
é importante no sentido de minimizar o sofrimento causado pela síndrome
depressiva ou pelas perturbações de ansiedade, típico da fase inicial da
doença, em que o doente sente perder o controle das situações relacionado com o
seu problema.
O objetivo da
psicoterapia é estimular a autoestima, reduzir os sentimentos de ansiedade e
depressão, ajuda-lo a ter mais autonomia e a evitar a perda de controle, como
também, auxiliar e preparar os familiares para lidar com a doença,
proporcionando uma melhor qualidade de vida e, contudo, retardar a evolução
doença.
A Doença de Alzheimer sempre surge a
partir de uma depressão. Acredita-se que experiências dolorosas e angustiantes
que pessoas idosas enfrentam, remete para o “desejo de esquecer”. A ideia do
desejo de esquecimento dá sentido ao estranhamento desse distúrbio. Em outras
palavras, isso nos remete à hipótese de que o esquecimento da Doença de
Alzheimer pode ser um mecanismo de defesa.
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