A primeira vez que ouvi falar do
HIV/Aids, se tratava de uma doença que atingia apenas homossexuais masculinos. Nos anos seguintes, a doença se
espalhou para os heterossexuais, mulheres, crianças e, hoje, de forma
crescente, em pessoas idosas.
A Aids é uma doença causada pelo vírus
HIV bastante poderoso que, ao entrar no
organismo, dirige-se à corrente sanguínea, atacando o sistema imunológico,
destruindo as células defensoras do organismo e deixando a pessoa infectada
mais debilitada e sensível a outras doenças. Ainda não existe vacina para a
prevenção, e a contaminação pode se dar através do sangue, esperma e secreção
vaginal ou transfusão de sangue contaminado.
A contaminação acontece, em sua grande
maioria, através do contato sexual. Infelizmente, a população idosa não está
consciente da necessidade do uso de preservativo em suas relações sexuais.
Falta de informação sobre como usar, e também, o mito de que o preservativo
pode prejudicar a ereção são motivos pelos quais as pessoas idosas não aderem
ao seu uso. Muitos homens temem perder a ereção e/ou não possuem habilidades
para coloca-la.
Já as mulheres idosas ou com mais de 50
anos não sentem a necessidade do uso de preservativo, pois o têm como método
contraceptivo e não correm risco de engravidar. Como agravante, as mudanças no
corpo da mulher em decorrência do envelhecimento, fazem com que as paredes
vaginais se tornem mais finas e ressecadas, abrindo espaço para ferimentos e,
consequentemente, contaminação por esta e outras doenças sexualmente
transmissíveis.
A fragilidade do sistema imunológico em
pessoas com mais de 60 anos dificulta o diagnostico de infecção por HIV. Com o
envelhecimento, algumas doenças tornam-se comuns, e os sintomas da Aids podem
ser confundidos com outras infecções. Muitas vezes, tanto a pessoa idosa quanto
os profissionais de saúde tendem a não pensar na doença, havendo negligência. O
diagnóstico tardio permite o aparecimento de infecções cada vez mais graves
comprometendo a saúde mental, em estado avançado, dificultando também o tratamento
com medicamentos antirretrovirais.
O impacto na saúde mental pode acontecer
desde o momento do diagnóstico positivo. O medo da morte, por exemplo, pode
levar à depressão e ao isolamento. Esses momentos merecem receber atenção
especial, pois afetam não só as questões emocionais como também seu sistema
imunológico. Distúrbios de comportamento como depressão, agitação, dependência
e abuso de álcool, drogas e tabaco, entre outros, são frequentes em
soropositivo. O diagnóstico precoce é fundamental para oferecer maior qualidade
de vida, visto que, permite o acompanhamento da doença antes mesmo de surgirem
os sintomas.
A falta de concentração, atenção e memória
fraca, chamados distúrbios cognitivos, também podem estar associados ao HIV e
tem evolução bem variada.
Quanto antes começar o tratamento, mais o
soropositivo ganha em qualidade de vida. Por isso, recomenda-se fazer o teste.
É rápido, seguro e pode ser feito em qualquer unidade pública de saúde.
O uso da camisinha é fundamental em todas
as relações sexuais para evitar a reinfecção por vírus já resistentes aos
medicamentos. Além disso, ela protege de outras doenças sexualmente
transmissíveis como hepatite e sífilis, evitando maiores complicações.
Você pode conviver normalmente com uma
pessoa portadora do HIV ou da Aids. Pode beija-la, abraça-la, dar carinho e
compartilhar do mesmo espaço físico sem ter medo de pegar o vírus. Quanto mais
respeito e carinho você der, melhor será a resposta ao tratamento. O convívio
social é muito importante para o aumento da autoestima e, consequentemente, faz
com que elas cuidem melhor da saúde. O respeito, o carinho e o amor,
principalmente dos familiares, é de fundamental importância.
Conclui-se que, enquanto os serviços de
saúde não englobarem os idosos como sujeitos coautores das ações direcionadas à
prevenção da Aids, poucos serão os avanços na luta contra a epidemia. São
necessários, portanto, esforços dos órgãos de saúde, por meio de programas
específicos, e dos profissionais de saúde, que devem buscar o olhar sobre o
idoso, incluindo sua sexualidade, para que possam contribuir para uma melhor
qualidade de vida deste segmento populacional.
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