terça-feira, 4 de novembro de 2014

HIV/Aids na terceira idade

A primeira vez que ouvi falar do HIV/Aids, se tratava de uma doença que atingia apenas homossexuais  masculinos. Nos anos seguintes, a doença se espalhou para os heterossexuais, mulheres, crianças e, hoje, de forma crescente, em pessoas idosas.

A Aids é uma doença causada pelo vírus HIV  bastante poderoso que, ao entrar no organismo, dirige-se à corrente sanguínea, atacando o sistema imunológico, destruindo as células defensoras do organismo e deixando a pessoa infectada mais debilitada e sensível a outras doenças. Ainda não existe vacina para a prevenção, e a contaminação pode se dar através do sangue, esperma e secreção vaginal ou transfusão de sangue contaminado.
     
A contaminação acontece, em sua grande maioria, através do contato sexual. Infelizmente, a população idosa não está consciente da necessidade do uso de preservativo em suas relações sexuais. Falta de informação sobre como usar, e também, o mito de que o preservativo pode prejudicar a ereção são motivos pelos quais as pessoas idosas não aderem ao seu uso. Muitos homens temem perder a ereção e/ou não possuem habilidades para coloca-la.
     
Já as mulheres idosas ou com mais de 50 anos não sentem a necessidade do uso de preservativo, pois o têm como método contraceptivo e não correm risco de engravidar. Como agravante, as mudanças no corpo da mulher em decorrência do envelhecimento, fazem com que as paredes vaginais se tornem mais finas e ressecadas, abrindo espaço para ferimentos e, consequentemente, contaminação por esta e outras doenças sexualmente transmissíveis.
     
A fragilidade do sistema imunológico em pessoas com mais de 60 anos dificulta o diagnostico de infecção por HIV. Com o envelhecimento, algumas doenças tornam-se comuns, e os sintomas da Aids podem ser confundidos com outras infecções. Muitas vezes, tanto a pessoa idosa quanto os profissionais de saúde tendem a não pensar na doença, havendo negligência. O diagnóstico tardio permite o aparecimento de infecções cada vez mais graves comprometendo a saúde mental, em estado avançado, dificultando também o tratamento com medicamentos antirretrovirais.
     
O impacto na saúde mental pode acontecer desde o momento do diagnóstico positivo. O medo da morte, por exemplo, pode levar à depressão e ao isolamento. Esses momentos merecem receber atenção especial, pois afetam não só as questões emocionais como também seu sistema imunológico. Distúrbios de comportamento como depressão, agitação, dependência e abuso de álcool, drogas e tabaco, entre outros, são frequentes em soropositivo. O diagnóstico precoce é fundamental para oferecer maior qualidade de vida, visto que, permite o acompanhamento da doença antes mesmo de surgirem os sintomas.
     
A falta de concentração, atenção e memória fraca, chamados distúrbios cognitivos, também podem estar associados ao HIV e tem evolução bem variada.
     
Quanto antes começar o tratamento, mais o soropositivo ganha em qualidade de vida. Por isso, recomenda-se fazer o teste. É rápido, seguro e pode ser feito em qualquer unidade pública de saúde.  
     
O uso da camisinha é fundamental em todas as relações sexuais para evitar a reinfecção por vírus já resistentes aos medicamentos. Além disso, ela protege de outras doenças sexualmente transmissíveis como hepatite e sífilis, evitando maiores complicações.
     
Você pode conviver normalmente com uma pessoa portadora do HIV ou da Aids. Pode beija-la, abraça-la, dar carinho e compartilhar do mesmo espaço físico sem ter medo de pegar o vírus. Quanto mais respeito e carinho você der, melhor será a resposta ao tratamento. O convívio social é muito importante para o aumento da autoestima e, consequentemente, faz com que elas cuidem melhor da saúde. O respeito, o carinho e o amor, principalmente dos familiares, é de fundamental importância.

    
Conclui-se que, enquanto os serviços de saúde não englobarem os idosos como sujeitos coautores das ações direcionadas à prevenção da Aids, poucos serão os avanços na luta contra a epidemia. São necessários, portanto, esforços dos órgãos de saúde, por meio de programas específicos, e dos profissionais de saúde, que devem buscar o olhar sobre o idoso, incluindo sua sexualidade, para que possam contribuir para uma melhor qualidade de vida deste segmento populacional.

Nenhum comentário: