As queixas em relação ao
sono são extremamente comuns entre a população, principalmente entre os idosos.
A insônia é um sintoma que pode ser definido como a dificuldade em iniciar e/ou
manter o sono, presença de sono não reparador, ou seja, insuficiente para
manter uma boa qualidade de alerta e bem-estar durante o dia e com o
comprometimento consequente do desempenho nas atividades diurnas.
Queixas comuns como ‘”eu durmo pouco”, “eu acordo muito cedo” ou “eu tenho o sono muito leve” podem não significar necessariamente insônia. Algumas pessoas podem necessitar de menos horas de sono que outras, acordar mais durante a noite ou, ainda, dormir mais cedo e, consequentemente, despertar mais cedo. No entanto, se esses padrões de sono não têm nenhuma consequência no funcionamento diurno dessas pessoas, eles não são caracterizados como insônia e não devem ser trados como tal.
Queixas comuns como ‘”eu durmo pouco”, “eu acordo muito cedo” ou “eu tenho o sono muito leve” podem não significar necessariamente insônia. Algumas pessoas podem necessitar de menos horas de sono que outras, acordar mais durante a noite ou, ainda, dormir mais cedo e, consequentemente, despertar mais cedo. No entanto, se esses padrões de sono não têm nenhuma consequência no funcionamento diurno dessas pessoas, eles não são caracterizados como insônia e não devem ser trados como tal.
Por outro lado, a
sonolência diurna excessiva não deve ser considerada uma característica normal
do processo de envelhecimento e deve ser investigada.
De uma maneira geral, o
sono nos idosos tende a apresentar uma duração menor, com aproximadamente seis
horas em média, levar mais tempo para adormecer e a ser mais “leve”, atingindo
menos os estágios mais profundos do sono e apresentando mais despertares. Além
disso, existe uma tendência à ocorrência de cochilos à tarde. Porém, isso não
significa que todos os idosos necessitem de menos tempo de sono ou que,
normalmente, ficam sonolentos durante o dia.
Com o envelhecimento, a
prevalência de doenças crônicas aumenta e algumas delas podem interferir na
qualidade do sono por diversas razões. Uma condição comum entre os idosos é a
depressão, que deve ser sempre investigada em indivíduos com queixa de insônia.
Alguns medicamentos podem
prejudicar o sono como também doenças específicas como a apneia e a síndrome
das pernas inquietas e o mioclônus* noturno.
A apneia é muito comum com
uma incidência de até 20% da população idosa. Consiste na ocorrência de vários
episódios breves de pausa dos movimentos respiratórios, causados pelo
relaxamento da musculatura faríngea com o sono. Ela é mais comum em homens
obesos, principalmente com o pescoço curto e apresenta roncos intensos
interrompidos por episódios de pausas na respiração durante o sono. O
reconhecimento da apneia do sono é importante, pois ela está associada à
ocorrência de hipertensão e arritmias cardíacas, e o uso de sedativos pode
piorar os episódios de apneia.
A síndrome das pernas
inquietas caracteriza-se por um desconforto intenso nas pernas durante a noite,
quando se está em repouso. Geralmente surge uma vontade intensa de se levantar
e caminhar para aliviar o desconforto e isso pode interferir no início do sono.
Já o mioclônus* noturno
consiste na ocorrência de movimentos involuntários nas pernas, semelhante a
“abalos” que podem ser numerosos e causar despertares breves, o que torna o
sono superficial.
Para ter um bom sono, é
preciso ter um padrão regular de sono, isto é, dormir e acordar em horários
fixos, e que dormir faça parte de um ritual. Certos hábitos como o de acordar
em horários irregulares do cochilar à tarde, podem interferir no
estabelecimento desse padrão de sono-vigília. Há ainda outras condições que
interferem no início do sono, como assistir à televisão na cama, tentar dormir
quando se está sem sono ou, ainda, fazer uso de bebidas alcoólicas, chás ou
cafés. O consumo de bebidas alcoólicas no período da noite pode causar
relaxamento e sonolência inicial, mas o álcool prejudica a arquitetura normal
do sono, tornando-o mais superficial. Além disso, bebidas contendo cafeína,
como chá e café, são estimulantes e devem ser evitados à noite.
É importante exercitar-se
regularmente pelo menos 20 minutos de preferência 4 a 5 horas antes de dormir;
evitar o fumo especialmente à noite; não ir para a cama com fome e sem sono.
Procurar utilizar a cama apenas para dormir e praticar sexo.
Várias técnicas de
relaxamento podem melhorar a qualidade do sono como o relaxamento muscular
progressivo, a meditação, a ioga e o tai chi chuan**. Além disso, a exposição regular
à claridade do dia, mesmo em dias nublados, por 30 a 60 minutos diariamente
reforça o relógio biológico e facilita o início do sono à noite. Essa prática é
particularmente útil em idosos com demência moderada ou avançada, em que existe
uma fragmentação do ciclo sono-vigília.
Portanto, a falta de sono
prejudica as atividades durante o dia, atrapalha a memória e pode agravar
episódios de depressão. As queixas de sono (excesso ou falta) não devem ser
avaliadas isoladamente, pois, em grande parte das vezes, os problemas do sono
são decorrentes de outros problemas de saúde, como, já citados, a depressão,
uso de remédios que atrapalham o sono, horários inconstantes de deitar e
acordar, problemas urinários noturnos e, inclusive, alimentação noturna
exagerada.
*Mioclônus: são contrações
abruptas, breves e involuntárias de porções variáveis de músculos principalmente
do tronco e dos membros, ainda que possa afetar outras partes do corpo como
face, língua e faringe.
**Tai Chi Chuan é uma técnica oriental antiga, de origem marcial, que consiste em uma série de movimentos lentos, suaves combinadas com controle da respiração.
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