sábado, 2 de fevereiro de 2013

Doença de Alzheimer

     A Doença de Alzheimer é a causa mais comum da grave e progressiva perda de memória recente e habilidade de pensar em pessoas sadias de meia idade e idosos. Apesar de mais comum entre os de mais de 65 anos, pode ocorrer no início da terceira idade.
 
     A doença afeta mais mulheres do que homens e ocorre em todos os países em que as pessoas vivem mais por superar outras doenças. Trata-se de uma doença cerebral e não de envelhecimento normal. Não se sabe ao certo por que é ocasionada e, por isso, não há métodos de prevenção ou cura.
     O diagnóstico é feito geralmente com base no tipo de memória, personalidade e capacidade de julgamento do paciente, e a maneira pela qual essa capacidade piora com o tempo. A doença inicia-se lentamente, sendo difícil determinar o período exato em que principiou. O diagnóstico positivo só é possível a partir de estudo realizado com tecido cerebral após a morte (em autópsia).
     A evolução da Doença de Alzheimer pode ser muito longa, ocorrendo em três estágios: Leve – Moderada – Grave. De grau leve para o estágio mais grave pode levar até 12 anos.
     Na fase inicial, é comum o paciente perceber pequenos esquecimentos; diminuição da memória e a perda das habilidades. Pode apresentar dificuldades na fala; nem sempre conseguem encontrar as palavras adequadas, como também, demora em construir uma frase completa. As memorias mais antigas geralmente não são afetadas, enquanto existe dificuldade de se lembrar de coisas que aconteceram há pouco tempo atrás. Como as pessoas percebem seus problemas nesta fase inicial, ele pode ficar irritado, triste e depressivo. A atenção, cuidado e carinho dos familiares neste estágio são muito importantes para evitar o aprofundamento de sintomas como tristeza e isolamento.
     Na fase intermediária, os problemas se agravam. O esquecimento avança e pode também abranger memórias mais antigas. A capacidade de compreender uma situação mais complexa ou resolver tarefas do cotidiano fica cada vez mais comprometida. Por exemplo, a sequência de vestir roupas pode se tornar difícil, se confunde com o que tem que fazer primeiro e o que fazer depois. Nesta fase, podem aparecer dificuldades na percepção, na leitura ou na compreensão de falas, como também, surgir alucinações. Pode desenvolver medo exagerado de amaça, roubo e mau trato. Muitas vezes, ele não sabe ou entende mais onde está, que dia é, que horas são. Normalmente não reconhece mais ou confunde as pessoas ao seu redor. Pode alterar fases de muita agitação e inquietude com fases de letargia e apatia.
     Já na fase tardia, o paciente deixa de perceber essas perdas, pois possivelmente perdeu sua capacidade de lembra-las. Deixa para trás sua história, perde sua própria identidade.  A capacidade de fala se reduz ao uso de palavras isoladas ou partes de frases. Muitas vezes não fala mais. Geralmente não compreende o que outras pessoas dizem para ele. Nesta fase, se torna totalmente dependente e precisa de cuidados constantes.
     Embora a Doença de Alzheimer não seja curável ou reversível, existem formas de aliviar os sintomas e o sofrimento do paciente. Portanto, e importante que o familiar e/ou cuidador:
     Estabeleça rotinas, mantendo a normalidade. Uma rotina pode facilitar as atividades que você deverá fazer, e ao mesmo tempo, estruturar um novo sistema de vida.
     Incentive a independência, faça com ele e não por ele, respeite e preserve sua capacidade atual de realizar atividades de vida diária. Supervisione, auxilie e faça por ele apenas quando não houver nenhuma capacidade para execução de determinada tarefa. Isto o ajudará a manter a autoestima; o respeito próprio, diminuindo sua ansiedade.
     Evite confrontos. Qualquer tipo de conflito pode causar estresse desnecessário em vocês. Evite chamar atenção e mantenha a calma de maneira que a situação não piore. Lembre-se que por mais que pareça proposital, é a doença que ocasiona momentos de agitação e agressividade.
     Mantenha uma conversa simples sem incluir vários pensamentos, ideias ou escolhas.
     Mantenha seu senso de humor, procure rir com (e não rir do) o portador de D.A. Algumas situações podem parecer engraçadas para você, mas não são para ele. Mantenha um humor saudável e respeitoso, ele ajuda a diminuir o estresse.
     Mantenha a comunicação. Com o avanço da doença, a comunicação pode tornar-se mais difícil; fale clara e pausadamente, frente a frente e olhando nos seus olhos; procure ouvi-lo com atenção, respeitando suas dificuldades e limitações; demostre amor através do contato físico; preste atenção na linguagem corporal – pessoas que perdem a comunicação verbal comunicam-se muito com os gestos; respeite seus limites, suas vontades e opiniões.
     Respeite a dignidade. É comum no banho e na higiene pessoal, o portador de D.A. esquecer-se da necessidade de se higienizar ou mesmo de como fazê-la. Mantenha a rotina do banho; simplifique esta tarefa o máximo possível; procure tornar o banheiro seguro utilizando barras de segurança e cadeira apropriada; se o ato do banho tornar-se sempre um momento de conflito, procure orientação ou ajuda especializada.
     Respeite sua intimidade ao trocar sua roupa, tenha o cuidado de fechar a porta e a janela para que ele fique mais à vontade.
     Acompanhe e supervisione o momento da refeição; em alguns casos, o portador precisa ser alimentado pelo seu familiar-cuidador. Alguns problemas poderão surgir como, por exemplo, a dificuldade de deglutição e engasgos. Usar alimentos que podem ser manipulados com as mãos; cortar os alimentos em pequenos pedaços; servir uma pequena porção de alimentos de cada vez.
     Não discuta sobre a veracidade do que ele está vendo ou ouvindo, tente identificar a causa da “alucinação”. Normalmente a causa pode estar no próprio ambiente como: um objeto de decoração colocado em uma sala mal iluminada; uma planta que balança com o vento e produz sombra, etc.. Mantenha luminosidade adequada, quando ele demostrar medo, conforte-o com voz calma e segure suas mãos para transmitir-lhe segurança; distraia chamando sua atenção para algo real no ambiente; verifique com o médico sobre eventuais medicamentos que estão sendo usados e que podem estar contribuindo para o problema.
     A Doença de Alzheimer sempre surge a partir de uma depressão. Acredita-se que experiências dolorosas e angustiantes que pessoas idosas enfrentam, remete para o “desejo de esquecer”. O primeiro sintoma da doença não é apenas um distúrbio de memória. Além disso, a ideia do desejo de esquecimento dá sentido ao estranhamento do distúrbio de memória. Em outras palavras, isso nos remete à hipótese de que o esquecimento da doença de Alzheimer pode ser um mecanismo de defesa.

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